“A Substância” conta a história de Elisabeth, uma atriz que já foi muito famosa e bem-sucedida. Aos 50 anos, ela é apresentadora de um programa de ginástica, e recebe a notícia de que será trocada por uma atriz mais jovem.
Com isso, Elisabeth entra em crise consigo mesma. Mas tudo muda quando ela descobre a Substância, uma espécie de droga que promete torná-la “a melhor versão de si mesma”, mais jovem e mais bonita.
Nossa Opinião:
Essa crítica levou um tempo para sair, mas finalmente ela está aqui. Eu me apoio na incrível coluna que a jornalista Dora Guerra fez para o G1 sobre o filme. Sim, eu desconhecia o gênero “Body Horror“. A jornalista descreve de maneira muito didática que se trata “..modalidade de filmes que usa cenas explícitas, grotescas e corporais para afligir os espectadores..”
A diretora do filme, a francesa Coralie Fargeat, se utiliza do gênero como ferramenta de crítica a uma beleza inalcansável e que as pessoas (principalmente as mulheres) são precionadas para se manter sempre aptas a se modificar com cirurgias estéticas para “melhorar” sua aparência. Com o uso de câmeras com zoom sempre muito próximas da protagonista e sempre tendo como contraponto cenas de corredores indicando distânciamento e solidão ilustram o luta interna da protagonista o tempo todo.
Essa história é uma representação do clássico de Robert Louis Stevenson, O Médico e o monstro sob o ponto de vista do culto exacerbado do corpo. É sem dúvida uma forma de trazer para novos públicos essa história trazendo elementos de fácil identificação na sociedade do século XXI. A diretora alcança isso com uma série de referências a filmes dos anos 80 e 90.
Apesar de ter uma questão com o roteiro do filme que, para mim, quebrou muito a imersão do filme, temos um bom filme com a melhor atuação da carreira da Demi Moore. É um filme gore sim e simplesmente funciona. Entretanto, eu faço a minha recomendação para o filme com cautela. Nem todo mundo gosta de filmes com sangue e coisas correlatas. Há momentos hilários que fazem deste filme um filme para ver com a galera. Não inventa a roda, mas diverte.
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